quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Declaração de compromisso com a defesa da Literatura Fantástica, de Horror e Ficção Científica.





A literatura fantástica, embora seja fantástica no sentido de trazer em sua temática "mundos alternativos" e "realidades invisíveis", não merece o tratamento dado por alguns idólatras da "literatura séria"(ou com complexo de seriedade?). A "sensação do outro mundo" que anima as obras e os autores de ficção científica, terror, absurdo, realismo mágico/fantástico e semelhantes, trazem sempre uma inquietação com o status-quo, seja especulando mundos utópicos, ou antevendo distopias cataclísmicas. No quesito valoração, creio que os supracitados gêneros devam passar pela nossa apreciação, sendo julgados pelos mesmos critérios que adotamos ao apreciarmos obras de Dostoievskis, Hemmingways, Goethes ou Dantes.

Nos últimos anos eu tenho lido muitas obras de ficção científica, horror e realismo fant´satico/mágico, e tenho ficado pasmo ao constatar em algumas dessas obras muito mais humanismo, reflexão filosófica e crítica social do que em muitas obras ditas "realistas", ou "humanistas", além de muito mais acuro estilístico e poético do que muitas pérolas canônicas.
Certamente nem todo autor de ficção científica, por exemplo, é um Asimov, ou um Arthur Clarke, mas também é certo que nem todo autor realista possui a envergadura de um Dostoievski, ou um Graciliano Ramos.

Tenho trabalhado no sentido de pesquisar os gêneros citados nas primeiras linhas, e ler uma boa quantidade de autores, no intuito de expô-los, num serviço que é mais de curador que de crítico. Não ambiciono criar receituários ou guias à la Harold Bloom, nem me tornar um "criticastro", mas apenas contribuir com as leituras dos meus amigos, conhecidos, com quem converso sobre livros além de ser uma prova viva de que os leitores e estudantes não precisam se sentir acuados pela parte careta da inteligenzia acadêmica, e que ler horror, ficção científica e semelhantes não é perda de tempo, desperdício de neurônios, entretenimento puro e simples ou atestado de burrice.

Um comentário:

  1. Concordo com seu post. Apenas para citar um exemplo conhecido, a série Star Trek Clássica é uma lição de humanismo e crítica social, que na época do seu lançamento, alguns temas seriam impossíveis de colocar, como não fosse num ambiente futurista.
    Há mais de 40 anos que sei que para criticar o que aí está, é preciso contextualizá-lo num futuro distante.

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